Guia rápido #24: Você conhece a Broca gigante (Telchin licus)?

Foto: EMBRAPA

A Broca-gigante (T. licus) é uma praga originária da Amazônia sendo encontrada amplamente no continente americano. No Brasil tem ocorrência nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Goiás, sendo que sua presença em cana de açúcar foi observada pela primeira vez em Pernambuco. Musáceas e orquidáceas são consideradas hospedeiras dessa praga, e isso pode ter facilitado a sua ocorrência na cultura da cana-de-açúcar no estado de São Paulo.

Os adultos da Broca gigante são mariposas com asas de coloração escura, com uma faixa transversal branca nos pares anteriores e uma fileira de manchas brancas na região apical.
As asas posteriores também possuem uma faixa branca (que se alonga à medida que se aproxima da margem interna) e 7 manchas avermelhadas na margem externa. Medem cerca de 3,5 cm de comprimento, com envergadura em torno de 9 cm. Existe uma peculiaridade nessa espécie que se assemelha com as borboletas: possuem antenas fusiformes e hábito diurno.

A maior parte dos ovos são colocados nas horas mais quentes do dia, e cada fêmea coloca em torno de 50 a 100 ovos. Medem aproximadamente 4 mm de comprimento e o formato é semelhante a uma carambola, com cores variando do verde ao marrom.

As lagartas são as responsáveis pelos danos. Possuem coloração branca, com uma mancha castanha irregular no pronoto. Podem chegar a 8 cm de comprimento e 1,2 cm de largura, passando por 5 instares, sendo que o período larval pode atingir cerca de 10 meses. Ao eclodirem, elas penetram no solo, onde vão iniciar a perfuração na base da planta, criando uma galeria no interior do colmo.

Para a formação da pupa, a lagarta cava um orifício na base do colmo (por onde sairá o adulto) e forma um casulo com fibras da cana. Essa fase dura de 30 a 45 dias.

Devido a dificuldade de criação do inseto em laboratório, existe dificuldades no conhecimento sobre a bioecologia do mesmo.

 

Danos

A Broca gigante é a praga endêmica mais importante que ataca a cana-de-açúcar no Nordeste do Brasil, com perdas equivalentes a R$34,5 milhões a cada safra.

As perdas provocadas dependem do nível de infestação e da variedade, sendo que os danos comprometem a qualidade da cana-de-açúcar, reduzindo a quantidade de açúcar a ser extraído do caldo, a pureza do caldo, a produção de álcool.

Por perfurarem internamente o colmo, causam a perda de peso da cana, falhas nas brotações, surgimento de fungos causadores de doenças, morte da cana nova, coração morto, além de destruírem por completo o colmo de canas já desenvolvidas.

 

Controle

 

Deve-se realizar o monitoramento da Broca gigante 3 meses depois da brotação da soqueira. A identificação é por meio de canas que apresentam o sintoma de coração morto. É sugerido utilizar o mesmo sistema de amostragem da D. saccharalis, coletando 100 colmos inteiros por hectare e determinando o percentual de canas com perfurações.

Para o controle, na região Nordeste é feito a retirada de rizomas infectados e catação das formas biológicas presentes. Com isso, os custos com mão de obra são elevados.

Como as larvas e pupas permanecem nos internódios basais, abaixo do nível do sono, o controle químico não se mostra muito efetivo justamente por não atingirem essas áreas.

O controle biológico com o fungo B. bassiana pode ser feito através de pulverizações logo após o corte da cana. Com isso, tem-se a contaminação da lagarta antes dela conseguir se esconder na touceira (o que torna inatingível qualquer método de controle).

 

Este artigo teve como referências:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142962/1/Docm-198.pdf


file:///C:/Users/Vendas4/Downloads/1454-4696-1-PB.pdf

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/214128/1/cpafro-18424-cot-399.pdf

file:///C:/Users/Vendas4/Downloads/Dialnet-BrocaGiganteDaCanadeacucarTelchinLicusLicusDrury17-4037493.pdf

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