Foto: Pragas.com
A Chloridea virescens é uma mariposa conhecida popularmente como lagarta-da-maçã. Esta espécie prefere temperaturas mais quentes, sendo que a faixa de 25ºC e 28°C é ideal para o seu desenvolvimento. É nativa do leste e sudoeste dos Estados Unidos, mas ocorre em toda a América Tropical, desde os Estados Unidos até o norte da Argentina. No Brasil, a lagarta-da-maçã (C. virescens) tem ocorrência comum em cultivos de algodão na região noroeste de São Paulo e em Goiás. Apesar de ser uma das principais pragas do algodoeiro, a C. virescens também ocorre em outras culturas de importância econômica, como: ervilha, soja, cana-de-açúcar, arroz, feijão, fumo, milho, pastagens, mandioca, seringueira e trigo.
Os adultos de C. virescens são mariposas de hábito noturno, com 32 mm de envergadura e asas anteriores de coloração verde-oliva-pardacenta, que apresentam três linhas oblíquas claras margeadas de preto. A mariposa fêmea de C. virescens possui o comportamento de ovipositar mais na fase de lua nova, quando as noites são mais escuras, e colocam em média 600 ovos, dependendo da disponibilidade e qualidade de alimento e condições ambientais. Os ovos são estriados longitudinalmente e apresentam coloração branca, que escurecem passando para marrom-alaranjado próximo da eclosão. São depositados principalmente de forma isolada nas brotações, folhas novas e brácteas de botões florais. A fase de ovo nesta espécie dura aproximadamente 3 dias.
As lagartas nos estágios iniciais são de coloração verde, que podem se tornar de verde-clara a marrom, conforme avançam de ínstares. As lagartas passam por seis ínstares em um período aproximado de 26 dias crescimento, chegando a atingir 25mm de comprimento e se movimentam em sentido descendente nas plantas sendo que, próximo da fase de pupa, as lagartas descem para entre 3,0 a 5,0 cm abaixo da superfície do solo, onde formam pupas cilíndricas de coloração castanho escuro, afiladas na parte posterior. A fase de pupa dura um período de 10 a 18 dias.
Danos
As lagartas de C. virescens se alimentam de partes do ponteiro das plantas, inicialmente folhas e depois botões florais jovens. Uma lagarta pode destruir de seis a quinze botões florais, sendo que nos últimos ínstares também atacam maçãs, devorando o conteúdo das mesmas e provocando danos severos e irreversíveis à cultura do algodão, pois afeta diretamente a produtividade e qualidade do produto final. É estimado que, para cada 5% de maçãs infestadas, ocorre provavelmente 25% de maçãs perdidas. Além disso, os orifícios expostos favorecem a penetração de microrganismos, que causam o apodrecimento das maçãs. O período de maior ataque da praga ocorre entre 70 e 120 dias de idade da planta.
Na soja esta espécie era considerada de pouca importância, mas a partir de 2008 a C. virescens passou a representar uma ameaça também à essa cultura. Os danos causados pela lagarta-da-maçã repercutem diretamente sobre a qualidade da fibra, principalmente em consistência e cor, reduzindo a produção e causando grandes perdas econômicas aos produtores deste cultivo. Junto com o bicudo, é a praga mais destrutiva dos algodoais em todo o mundo.
Períodos chuvosos aliados a temperaturas elevadas costumam favorecer o crescimento populacional desta praga, podendo nestas condições ocorrer de duas a três gerações por safra. Por se alimentar tanto de plantas cultivadas como silvestres, como buva e brachiária, esta praga encontra hospedeiros durante o ano todo.
Controle
O nível de controle para esta praga varia dependendo da fase em que a cultura se encontra. No início da floração, o controle deve ser efetuado a partir de 25% de botões florais danificados. Porém, com o aparecimento das primeiras maçãs, o controle deve ser efetuado a partir de 10% de plantas com lagarta.
Para auxiliar a diminuir a população de lagartas em campo, pode ser utilizada a destruição dos restos culturais e o controle de plantas daninhas hospedeiras. A concentração do período de semeadura também pode ser uma estratégia importante, pois evita a migração de mariposas de C. virescens de uma área para a outra. Outra estratégia que pode ser utilizada é o plantio de cultivares resistentes/tolerantes.
Apesar disso, inseticidas são ainda a forma mais eficaz de controle. Podem ser utilizados inseticidas reguladores do crescimento, que apresentam boa seletividade, nas fases iniciais de infestação, com lagartas ainda pequenas. É importante utilizar inseticidas seletivos para a manutenção de inimigos naturais, como os percevejos predadores Orius sp., Geocoris sp. e Tropiconabis sp., além dos parasitóides pertencentes ao gênero Trichogramma.
Pesquisas com Chloridea virescens
É importante o desenvolvimento de experimentos agrícolas para o aprimoramento e desenvolvimento de novas tecnologias de controle da lagarta-da-maçã (C. virescens). Para auxiliar no desenvolvimento desses projetos de pesquisa, a Pragas.com conta com um portifólio de soluções, que vai do fornecimento dos indivíduos de C. virescens padronizados até dieta artificial própria para esta espécie, gaiolas e bandejas para criações.
A sua pesquisa agrícola é com C. virescens? Nos contate para saber como podemos ajudar.
Este artigo teve como referências: http://www.infobibos.com/Agroenergia/CD_2017/Resumos/ResumoAgroenergia_2017_0030.pdf https://www.agrolink.com.br/problemas/lagarta-da-maca_28.html https://www.agro.bayer.com.br/essenciais-do-campo/alvos/pragas/lagarta-das-macas https://www.agro.bayer.com.br/essenciais-do-campo/alvos/pragas/lagarta-das-macas https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/147170/1/JA2016.p.47-55.pdf