Foto: Pragas.com
O percevejo fitófago Nezara viridula é originário do Norte da África e é uma espécie cosmopolita, ou seja, que pode ser encontrada em várias partes do mundo. Atualmente é presente nas regiões tropical e subtropical da Ásia, Europa, Oceania e América, sendo que no continente americano, encontra-se desde os Estados Unidos até a Argentina. No Brasil, ocorre principalmente nos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, mas a partir dos anos de 1990 aumentou a sua importância e distribuição no Centro-Oeste e em 2001, foi observado no Maranhão, tendo sua área de distribuição geográfica expandida para o Norte do Brasil.
Além da grande distribuição geográfica, esta espécie pode atacar plantas de diferentes famílias, de plantas silvestres a algumas espécies de grande importância econômica, principalmente soja, feijão, arroz, algodão, macadâmia e nogueira-pecã.
As fêmeas adultas do percevejo-verde (N. viridula) fazem posturas nas plantas na parte inferior das folhas ou nas partes mais abrigadas das plantas de até 200 ovos, que as fêmeas agrupam em placas hexagonais durante a oviposição com o auxílio dos tarsômeros do último par de pernas, sendo este um comportamento interessante da espécie. Inicialmente os ovos possuem coloração amarelada e passam para uma cor rosada próximo à eclosão.
Após eclodirem, no primeiro ínstar os percevejos apresentam coloração alaranjada ou avermelhada. No segundo ínstar, apresentam cor preta com manchas brancas ou com apenas o tórax preto e o abdome vermelho com manchas amarelas. Em função do pequeno tamanho do aparelho bucal, nesses primeiros ínstares as ninfas recorrem ao comportamento gregário, principalmente devido a atividade alimentar, para que a soma quantitativa da saliva facilite a liquefação da epiderme do fruto. A partir do terceiro ínstar, o comportamento gregário reduz, porque o tamanho do aparelho bucal permite aos percevejos alimentarem-se separadamente. Neste terceiro ínstar, os percevejos apresentam-se pretos com manchas brancas ou com apenas o tórax preto e o abdome verde com manchas amarelas. Já no quarto e quinto ínstar, podem apresentar o tórax preto e o abdome vermelho com manchas amareladas, ou verde com manchas amarelas no abdome. Esse período ninfal pode durar entre 20 e 31 dias.
Os adultos do percevejo-verde (N. viridula) medem cerca de 15 mm e possuem coloração que pode variar de verde a verde-escuro. A face ventral desta espécie é verde-clara e possui as antenas avermelhadas.
A longevidade dos adultos de N. viridula depende muito das condições de clima (como temperatura e umidade) e também do estresse a que o inseto está submetido, mas a média é de aproximadamente 117 dias, tanto para machos quanto para fêmeas.
Danos
N. viridula causa danos nas plantas cultivadas ao se alimentar. Este percevejo tem preferência por se alimentar dos frutos e sementes, mas eventualmente pode se alimentar também pelo pedúnculo foliar.
Por ser um percevejo fitófago, ele introduz seu aparelho bucal (estilete) nos tecidos da planta, injetando substâncias histolíticas que liquefazem as porções sólidas e semi-sólidas das células, que são sugadas pelo inseto. Devido a isso, ocorre a degeneração da parede celular e posterior apodrecimento da parte da planta que foi atacada, devido à saliva do inseto.
A partir do terceiro ínstar, os percevejos alimentam-se dos grãos de soja, com intensidade crescente, até o último ínstar. A lesão causada no fruto também serve de entrada para fungos, e assim como os demais insetos sugadores, podem transmitir doenças de uma planta para outra durante sua alimentação. Grãos de soja danificadas por N. viridula se tornam mais suscetíveis ao ataque por pragas de grãos armazenados e apresentam maior incidência de organismos patogênicos em relação a grãos não atacados, por exemplo o fungo Nematospora corylii, em soja.
Controle
Na cultura da soja, o período crítico para a presença de N. viridula na lavoura é nas fases de enchimento de grãos. Por isso, é importante iniciar o monitoramento no começo do período de pré-floração, até a maturação fisiológica.
O controle químico atualmente é o mais utilizado para esses insetos. Para isso, é importante optar por produtos seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem.
No momento atual há produtos biológicos comerciais utilizados no controle do percevejo-verde (N. viridula), com base no agente biológico Trissolcus basalis, que são vespinhas, e que podem ser utilizadas em todas as culturas em que ocorre N. viridula.
Pesquisas com Nezara viridula
As pesquisas com o percevejo-verde são importantes para o desenvolvimento de novas formas e novos produtos biológicos ou químicos de controle de infestações dessa espécie. Como muitas vezes a criação de Nezara viridula em laboratório para as pesquisas pode se tornar difícil pela estrutura, equipamentos, pessoas e tempo exigidos, a Pragas.com te ajuda no desenvolvimento da sua pesquisa, com o fornecimento desta espécie. Entre em contato conosco e faça um orçamento!
Este artigo teve como referências: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/277414/1/DOC172.pdf http://www.cnpso.embrapa.br/artropodes/Capitulo5.pdf https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/va05-fitossanidade03.pdf https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1111771/1/Doc416OL2.pdf https://www.agrolink.com.br/problemas/percevejo-verde_39.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/circTec24_000g4vbbaaq02wx5ok0dkla0s1m9l51b.pdf