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A Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) é uma lagarta da ordem Lepidoptera que leva esse nome pelo fato de se encurvar ao se sentir ameaçada ou quando está em repouso. Esta espécie é encontrada em todo o mundo, é polífaga e causa prejuízos a um grande número de plantas cultivadas, sendo as principais culturas a soja, o milho, o feijão e o algodão.
A coloração da lagarta de A. ipsilon varia de cinza-escuro a marrom e possui manchas pretas padronizadas em todo o comprimento do corpo. Podem chegar a 50mm de comprimento e possuem hábito noturno. Já o adulto desta espécie é uma mariposa de aproximadamente 35 mm de envergadura, de coloração escura, com asas anteriores de coloração marrom-acinzentada com manchas escuras e uma faixa larga de cor castanho claro ao longo da margem externa e asas posteriores semitransparentes. Os adultos se alimentam de néctar e possuem longevidade aproximada de 12 dias. Cada fêmea pode colocar até 1260 ovos durante a vida.
Danos
O principal dano que pode ocorrer com a presença desta praga no campo é a redução do estande, se o ataque ocorrer durante o período de estabelecimento da cultura. Isso ocorre devido as lagartas cortarem as plântulas de até 20cm de altura. Uma única lagarta pode seccionar várias plantas em uma única noite.
Quando atacam plantas mais velhas, ocorrem sintomas de folhas cortadas ou galerias abertas na base do caule, favorecendo o tombamento, sintoma também conhecido como “coração morto”. No caso de não ocorrer morte da planta, pode ocorrer sintoma de perfilhamento, bem como o aparecimento de estrias nas folhas.
Geralmente, o ataque destas lagartas ocorre em reboleiras.
Controle
Por ser de hábito noturno, a A. ipsilon é uma espécie um pouco mais complicada de se realizar o controle em campo. Durante o dia, tem o hábito de ficar enterrada abaixo do solo ou abaixo de restos culturais. Atualmente, o controle químico ainda é o método mais utilizado entre os produtores rurais. Porém, a aplicação sem os devidos cuidados e de forma indiscriminada pode causar problemas como a indução da resistência da praga ao produto, contaminação do meio ambiente e riscos à saúde do aplicador.
Para manter a população desta praga a níveis baixos e de forma eficiente, é importante ter um manejo integrado de técnicas, como o controle cultural com eliminação antecipada de plantas invasoras hospedeiras, tratamento de sementes com inseticida sistêmico e utilização de tecnologia Bt e refúgio. A aplicação de defensivos químicos com jato de pulverização dirigido para as bases das plantas pode ser recomendada de forma complementar em alguns casos em que seja necessária redução de forma rápida. Nesses casos, é importante a aplicação preferencialmente no início da noite.
Para a cultura do milho, os defensivos registrados no Ministério da Agricultura fazem parte dos grupos químicos organofosforados e piretróide. Já para a cultura da soja, estão registrados defensivos dos grupos metilcarbamato de oxima e organofosforados.
O controle biológico está sendo pouco utilizado para esta espécie, mas acaba ocorrendo um pouco no campo, de forma natural.
Na Pragas.com mantemos criação desta espécie em laboratório para fornecimento para estudos relacionados ao controle da lagarta-rosca, bem como demais insumos como bandejas, gaiolas e dieta artificial própria para esta espécie. Dessa forma, esperamos viabilizar as pesquisas agrícolas com mais praticidade e baixo investimento, para acelerar o desenvolvimento de tecnologias para o controle da A. ipsilon.
Este artigo teve como referências: https://www.agrolink.com.br/problemas/lagarta-rosca_222.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cebola/arvore/CONT000gnn6iroc02wx5ok0cdjvscy0riznw.html https://ciorganicos.com.br/wp-content/uploads/2020/05/Defensivos-Agri%CC%81colas-Naturais-EMBRAPA-CIO-OrganicsNet.pdf https://portalsyngenta.com.br/sites/default/pdf/Manual-nk-identificacao-pragas-do-milho.pdf http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/7587/1/tese_9003_Ingrid%20Schimidt%20Kaiser.pdf